Todo o treinador deve ter certos cuidados na elaboração de um projecto de treinos para a sua equipa visando a temporada que se aproxima.
Treinar sem planificação é o mesmo que construir um edifício sem planta.
Equacionados todos os problemas, no que diz respeito ao suporte financeiro e à parte administrativa, formada a comissão técnica e definidos os atletas, resta ao treinador pôr em prática o seu plano de trabalho.
É importante a interacção entre o treinador e restante equipa técnica no planeamento da preparação anual do grupo, distribuindo tarefas de acordo com as competições e fazendo sempre o controle diário de treino técnico e táctico.
O treinador não se deve esquecer de fazer a análise da performance durante o ano, comparando entre o treino que foi planeado e o que foi realmente executado.
Quanto às partes técnicas e táctica dos atletas previamente escolhidos, verificar as qualidades básicas mínimas exigidas dos mesmos quanto aos fundamentos que devem dominar, bem como a sua performance nos exercícios combinados e no treino específico por posição.•
No que diz respeito à táctica defensiva, quais as qualidades individuais que possui o atleta dentro em campo, no que se refere ao acompanhamento, ao desarme, à cobertura, à marcação de retorno e quanto à recuperação.
No que diz respeito à táctica ofensiva, verificar as qualidades individuais do atleta quanto ao domínio, à condução, ao passe, ao remate, à habilidade e principalmente quanto à sua criatividade.
Além de um projecto bem planificado, o treinador deve ter em mente muitos factores que, somados à sua experiência, serão colocados em prática.
Destaca-se a seguir alguns desses factores:
- Fazer com que os seus jogadores apreciem o treino, tornando-o agradável e produtivo;
- Ser objectivo na escolha dos exercícios de treino mantendo em actividade todos os jogadores durante o mesmo;
- Trabalhar sempre em equipa: médico, preparador físico, massagista e roupeiro são colaboradores importantes;
- Ser bastante claro nas suas explicações, mantendo o diálogo sempre aberto, a todos os níveis;
- Embora seja obrigado a falar muito, deverá Ouvir sempre;
- Observar e corrigir imediatamente quaisquer erros apresentados;
- Fazer com que seu atleta perceba a importância de desenvolver a mentalidade táctica, devendo analisar com rapidez as acções da equipa durante a partida, chamando para si a responsabilidade de realizar gestos técnicos quando a equipa tenha a posse de bola bem como quando a posse de bola estiver com o adversário;
- Analisar o treino de cada dia enquanto ele ainda estiver nítido na mente e fazer novo plano para os treinos seguintes conforme este estudo;
- Ter cuidado com o lado emocional, procurando sempre usar a razão. Não exagerar nas correcções. Ser paciente e não criticar os jogadores em público;
- Exigir atenção total. Não permitir brincadeiras. O treino é o caminho para as vitórias ou derrotas;
- O resultado dos testes e a análise dos planos de treinos e jogos são a bússola que determinará os elementos positivos e negativos do seu programa de treino;
- Proporcionar mais tempo para os treinos colectivos, à medida que a temporada se aproxima porém, não esquecer, desprezar ou negligenciar a prática dos fundamentos e da preparação física;
- Não demonstrar favoritismo. Não ridicularizar qualquer jogador. Estabelecendo um ambiente de camaradagem e amizade entre os jogadores. Participar das alegrias e amarguras particulares dos seus jogadores, colaborar na solução dos problemas.
- A unidade da equipa depende directamente do moral elevado. Fazer de cada jogador um amigo é o caminho para um grupo forte e coeso;
- Por fim, actualizar constantemente seus conhecimentos técnicos e tácticos.
Em desportos altamente competitivos, como é o caso do futsal, o único resultado que interessa é a vitória. Esse é o ponto de partida e de chegada de quem se propõe a ser um campeão. E ser um vencedor é descobrir seu talento e trabalhar duro para aprimorá-lo.
Assim, ser um treinador bem sucedido requer um aprimoramento dos conhecimentos da sua modalidade, encarando as dificuldades com inteligência e sabedoria.
Prof. Rubens Fernandez - Técnico de Futsal
terça-feira, 14 de setembro de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
A importância do contributo teórico no treino de um jogador de Futsal
Como em todas as profissões não se pode executar nenhuma tarefa que não se saiba como a fazer.
Como é possível então alguém jogar Futsal se não conhecer o jogo, os seus princípios, as várias etapas de cada um dos processos ofensivo e defensivo?
Pois para mim não é de facto possível. Para se ser jogador de Futsal tem obrigatoriamente que se dominar o jogo, conhecê-lo o melhor possível para assim poder tomar as melhores decisões em cada uma das circunstâncias do jogo.
Como escreveu Sven-Goran Eriksson “um jogador é 90 por cento físico e 10 por cento psicológico, o problema é que os 10 por cento controlam os 90 por cento”.
Os Factores de Rendimento que habitualmente se considera assumirem maior importância na capacidade de jogo dos jogadores e consequentemente das equipas de futsal são classificados em quatro tipos: tácticos, técnicos, físicos e psicológicos. Eu penso que os factores que influenciam o rendimento são cinco, físico, psicológico, técnico, táctico e, digo eu, teórico.
É verdade que o factor teórico pode e deve interligar-se com todos os outros, o que penso é que se se explicar a um jogador para que serve um abdominal, eventualmente, o atleta percebe que se fizer 100 abdominais consegue ter mais força e e está menos exposto a lesões, assim esse exercicio torna-se para ele um objectivo não uma obrigação! Da mesma forma, se um jogador dominar os princípios do jogo mais facilmente vai interpretar o modelo de jogo definido pelo seu treinador.
De uma forma muito simplista, toda a gente sabe fazer uma paralela. Agora qual é a altura certa para a fazer? Fazer paralela ou diagonal? Se um jogador fizer uma paralela o que devem os outros fazer? Será que os treinadores têm a preocupação de ensinar mesmo na teoria o que fazer em todos os momentos do jogo? Como é óbvio o treinador não deve limitar a acção dos seus jogadores, mas sim dar-lhes alternativas válidas e que vão de encontro com ao seu “modelo de jogo” e à sua “ideia de jogo”.
A sistematização dos conteúdos para melhorar o treino, a aprendizagem e definição de objectivos em termos de aprendizagem é no meu ponto de vista imprescindível.
Produzir um DVD, onde se explica, na teoria, os princípios da organização ofensiva e defensiva, os sistemas tácticos, as “bolas paradas”, as saídas de pressão e tudo o resto que vai ser trabalhado ao longo da época, e fornecê-lo aos jogadores é de extrema importância para o processo de aprendizagem dos atletas.
O uso do DVD ao longo da época reveste-se de uma importância extrema, neste sentido penso ser de todo pertinente a inclusão de algumas sessões teóricas antes de treinos de pavilhão.
Idealmente cada treinador tem um ecrã gigante no pavilhão ligado a um computador, onde os exercícios são projectados, explicados e demonstrados. Não havendo essa possibilidade podemos sempre usar o computador como ferramenta de ensino aos atletas.
Não queremos atletas autómatos, queremos sim criar atletas inteligentes, assim quanta mais informação fornecer-mos melhor. Depois cabe-lhes decidir.
Autor:Clube de Treinadores de Viana do Castelo
Como é possível então alguém jogar Futsal se não conhecer o jogo, os seus princípios, as várias etapas de cada um dos processos ofensivo e defensivo?
Pois para mim não é de facto possível. Para se ser jogador de Futsal tem obrigatoriamente que se dominar o jogo, conhecê-lo o melhor possível para assim poder tomar as melhores decisões em cada uma das circunstâncias do jogo.
Como escreveu Sven-Goran Eriksson “um jogador é 90 por cento físico e 10 por cento psicológico, o problema é que os 10 por cento controlam os 90 por cento”.
Os Factores de Rendimento que habitualmente se considera assumirem maior importância na capacidade de jogo dos jogadores e consequentemente das equipas de futsal são classificados em quatro tipos: tácticos, técnicos, físicos e psicológicos. Eu penso que os factores que influenciam o rendimento são cinco, físico, psicológico, técnico, táctico e, digo eu, teórico.
É verdade que o factor teórico pode e deve interligar-se com todos os outros, o que penso é que se se explicar a um jogador para que serve um abdominal, eventualmente, o atleta percebe que se fizer 100 abdominais consegue ter mais força e e está menos exposto a lesões, assim esse exercicio torna-se para ele um objectivo não uma obrigação! Da mesma forma, se um jogador dominar os princípios do jogo mais facilmente vai interpretar o modelo de jogo definido pelo seu treinador.
De uma forma muito simplista, toda a gente sabe fazer uma paralela. Agora qual é a altura certa para a fazer? Fazer paralela ou diagonal? Se um jogador fizer uma paralela o que devem os outros fazer? Será que os treinadores têm a preocupação de ensinar mesmo na teoria o que fazer em todos os momentos do jogo? Como é óbvio o treinador não deve limitar a acção dos seus jogadores, mas sim dar-lhes alternativas válidas e que vão de encontro com ao seu “modelo de jogo” e à sua “ideia de jogo”.
A sistematização dos conteúdos para melhorar o treino, a aprendizagem e definição de objectivos em termos de aprendizagem é no meu ponto de vista imprescindível.
Produzir um DVD, onde se explica, na teoria, os princípios da organização ofensiva e defensiva, os sistemas tácticos, as “bolas paradas”, as saídas de pressão e tudo o resto que vai ser trabalhado ao longo da época, e fornecê-lo aos jogadores é de extrema importância para o processo de aprendizagem dos atletas.
O uso do DVD ao longo da época reveste-se de uma importância extrema, neste sentido penso ser de todo pertinente a inclusão de algumas sessões teóricas antes de treinos de pavilhão.
Idealmente cada treinador tem um ecrã gigante no pavilhão ligado a um computador, onde os exercícios são projectados, explicados e demonstrados. Não havendo essa possibilidade podemos sempre usar o computador como ferramenta de ensino aos atletas.
Não queremos atletas autómatos, queremos sim criar atletas inteligentes, assim quanta mais informação fornecer-mos melhor. Depois cabe-lhes decidir.
Autor:Clube de Treinadores de Viana do Castelo
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